Descobri recentemente o videoclipe “ADHD”, da banda Igorrr, e precisava comentar por aqui. Produzido pelo estúdio Meat Dept, o clipe é um experimento visual que mistura animação 3D tradicional com o uso de inteligência artificial.
Os criadores explicam que começaram o vídeo em 3D puro, como sempre fizeram, mas em algum ponto se deixaram levar pelos experimentos com inteligência artificial e passaram a “rir demais” com os resultados. O produto final é, segundo eles, uma terapia experimental simbólica para tratar um paciente com TDAH — e a descrição faz jus ao resultado. É difícil acompanhar o ritmo. Não há linearidade, nem estrutura fixa, e esse é justamente o ponto.
Do lado musical, Gautier Serre, mente por trás do Igorrr, comentou que a faixa tem um tom autobiográfico. O som começa com pequenos pontos sutis no silêncio, representando pensamentos simples, e vai se transformando em um caos patológico complexo, sem perder a identidade. É como se cada segundo servisse para ilustrar o colapso mental — e no fim, tudo desaba com a aparição de um “gigante” que simplesmente desiste.
Se você curte experimentos audiovisuais fora do padrão, ou se quer ver como a IA pode ser usada de forma criativa (e não só como cópia barata de arte humana), vale a pena conferir esse trabalho. Não é um vídeo confortável. Mas ele não quer ser.
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